Um filme dirigido por Murilo Salles com Leandra Leal.
Baseado na obra de Clarah Averbuck.

Hoje começa mais uma semana. Só cinema mesmo, pra começar semana na sexta-feira, mas é assim que é. E todas as dietas que a gente marca pra começar nas segundas-feiras, todas as mudanças que a gente promete pro ano-novo, todos os acontecimentos que a gente espera pra nossa próxima idade, assim é cada sexta-feira pra um filme que está em cartaz.

A primeira sexta é sempre a fundamental, claro, como o dia do parto. Sem ela não tem nada, e o seu sucesso ajuda a determinar o que vem pela frente. Daí vem a segunda sexta, marcante, aguardadíssima, porque traz à tona o resultado da primeira e fortalece o filme.

Pois hoje começa a nossa terceira. Aquela que é meio como o filho do meio: nem o primogênito nem o caçula, a terceira semana é quando o filme já está firme nas suas pernas, o boca-a-boca teve tempo de construir a reputação, novas salas de novas cidades entram no circuito, e quando tudo isso rola sem que o filme perca espaço onde já estava é pra se comemorar mesmo.

Tudo isso não quer dizer que a gente pare de fazer a nossa mágica, de espalhar ainda mais por aí que "Nome Próprio" está em cartaz, e o filme bacana que ele é, e como essa semana é fundamental pra definir a próxima, nossa quarta semana, a entrada no primeiro mês, eta coisa boa!

A gente já falou de como a Viviane Mosé fez a redação final dos textos da Camila no filme, e de como o nome do filme na época da filmagem era Uma História Real e só depois passou pra Nome Próprio. Essa mudança foi difícil de fazer e o Murilo passou um tempão caçando o nome novo, tanto tempo que a Deise, mulher dele, acabou sugerindo "pô, você tá aí procurando um nome próprio pro filme, porque não usa essa questão como título?". Outras sugestões foram vindo, reforçando esse conceito, até que o nome pegou.

Mas como as idéias circulam feito loucas, descobrimos no livro da Viviane Mosé Pensamento Chão dois poemas tratando da questão do nome e da identidade, e o bacana é que o livro é de 2000!

Olha só:

seu nome eu pronuncio. seu nome é o que agora me nomeia.
agora seu rosto. seus olhos. seu corpo com minhas mãos eu
passeio. seu contorno eu configuro com a língua. (que é onde o
gosto das coisas se deita) na ponta da língua eu te trago eu te
sorvo e te deleito

e ainda:

(uma criança sozinha chora agarrada ao travesseiro.
baixinho. uma criança sozinha não sabe
porque todo mundo foi embora e ela ficou ali.
ela já não quer nada que não seja mãe.
criança quer mãe eu quero mãos que me dêem nome.
procuro o nome próprio. ando à procura de meu nome
próprio

1 - RIO DE JANEIRO -ARTEPLEX SL.03: 14:00 - 16:30 - 19:00 - 21:30

2 - RIO DE JANEIRO - ARMAZEM DIGITAL LEBLON: 18:15

3 - RIO DE JANEIRO - PONTO CINE GUADALUPE: 18:00 - 20:10

4 - RIO DE JANEIRO - ODEON PETROBRAS: 18:00 - 20:10

5 - SÃO PAULO – ESPAÇO UNIBANCO SL.03: 14:00 - 16:30 - 19:00 - 21:30

6 - SÃO PAULO - ARTEPLEX SL.05: 16:30 - 21:30

7 - SANTOS - ESPAÇO MIRAMAR SL.03: 14:00

8 - CAMPINAS - SHOPPING JARAGUA SL.01: 17:00

9 - BELO HORIZONTE - BELAS ARTES SL.03: 21:30

10 - BRASILIA - CASA PARK SL.04: 17:30 – 21:40

11 - RECIFE - CINEMA DA FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO: 15:50 - 18:00 - 20:15

12 - FORTALEZA - DRAGÃO DO MAR SL.02: 15:00 - 21:30

13 - BELEM - MOVIECOM CASTANHEIRA SL.04: 16:35 - 21:25

14 - NATAL - MOVIECOM PRAIA SHOPPING SL.03: 19:10 - 21:30

A lista das músicas que tocam aqui gerou comentários, perguntas e até puxões de orelha porque não informamos que quem assina a trilha do filme é o Sacha Amback, músico e produtor de mão cheia.

É que a idéia era listar as músicas que tocam aqui, gente, não lá no filme! Mas como ele é mesmo onipresente e surgiu a pergunta, a música que fecha o filme é mesmo da banda mineira Porcas Borboletas, uma galera nova e super talentosa, e teve até trailer dirigido pelo Murilo, olha aqui! E aproveitando o ensejo, tem várias outras músicas, de gente nova e nem tanto, que poderiam estar na trilha tanto do blog quanto do filme!

O Rodrigo Bittencourt, por exemplo, tem uma música deliciosa chamada "Esmalte" que fala em descascar o esmalte de um jeito bem sexy... O cara é bom, e sabendo que ele viu Nome Próprio em primeira mão há mais de um ano dá pra imaginar de onde veio a inspiração, né?


No disco mais recente do Jorge Drexler tem uma música dele chamada "La infidelidad en la era informatica", que capta essa loucura de exposição e privacidade e traição no mundo virtual. Mais Camila impossível.
A Thaís Gullin, uma paranaense radicada no Rio, gravou "A vida da outra (dela) ou eu" uma parceria dela com o Rogério Guimarães que expõe essa mulher que é ela e é outra e é a mesma mas são várias. Não entendeu o que isso tem a ver com o filme? Só se ainda não viu...
A paulista Ana Canãs gravou "Super Mulher", do Jorge Mautner, e a combinação da visão muito louca dele sobre as mulheres com a mistura de brasilidade com jazz dela é demais, só ouvindo pra entender!
A gente para por aqui, mas tem certeza de que tem muitas mais músicas e artistas pra essa nova lista!

Correio Braziliense – Brasília, 24 de julho de 2008

RICARDO DAEHN



MURILO SALLES DIRIGE LEANDRA LEAL NO FILME NOME PRÓPRIO, BASEADO
NA OBRA DE
CLARAH AVERBUCK: O SER HUMANO EM ESTADO BRUTO

O paradoxo de uma blogueira isolada do mundo, mas bastante conectada, foi a pérola encontrada por Murilo Salles para abastecer o roteiro de Nome próprio. “É a metáfora do desamparo com que o ser humano tem lidado no século 21”, resume o cineasta. Com personagem intensa – “como viveram a maior parte dos escritores da beat generation” –, Salles se orgulha de ter feito “o primeiro road movie trancado dentro de um apartamento”, como define. “A protagonista segue uma linhagem definida: beat, em que a literatura só é verdadeira se vivida. Mas a Camila faz um percurso curioso: ela não é ‘on the road’, sua estrada é a internet”, explica. Com pena de quem “não tem uma paixão para viver”, Salles aposta na identificação do público com o sentimento forte vivido por Camila. “A paixão dela é escrever; a minha, fazer filme. Quem vive uma paixão sabe bem deste estado: perder os limites, tudo se torna intenso, o sangue sobe à cabeça, a temperatura corporal se altera, perdemos o sentido de limite, transgredimos, ficamos egoístas, nosso coração palpita, nosso humor se altera. Este é o preço da paixão: ela não é boa nem ruim, é um estado”, avalia. Na “possessão” da personagem, uma intervenção na tela (escrita por ela) deixa clara a falta de limites: “Ninguém vive a paixão impunemente”. O ser humano em estado bruto é, na visão do diretor, o suporte para um “filme extremamente delicado: nos enquadramentos, na fotografia, na música e na montagem”. “Nada é bruto no sentido de primitivo, de sujo e de rock ’n’ roll. Todo o filme é construído”, reforça. A condição do feminino está ente os temas mais candentes do filme. Na seqüência das mulheres parideiras, das cortesãs, daquelas tidas como bruxas, malvadas ou perversas, como lista o diretor, ele centrou o foco nas histéricas e, modernamente, “loucas”. “O que quero dizer está nas mulheres que não cumprem o papel instituído. São as que expressam seus excessos femininos, tachadas de egocêntricas, depressivas e autodestrutivas, num sem número de adjetivos que na verdade expõem o quão superficial e machista é o julgamento humano. Fiz um filme sobre essa complexidade feminina, com homenagens a Clarice Lispector, Ana Cristina César, Hilda Hirst, enfim, a um registro de transbordamento”, entrega. Tendo como público-alvo “pessoas sensíveis, inteligentes, antenadas com a expressão da individualidade na internet”, Salles conta que buscou estratégia de lançamento coerente com forma e conteúdo digitais que embalam o filme. Com prêmio de R$ 150 mil da Petrobras para promoção e divulgação, a equipe aplicou as forças na internet, com exposição da fita ajustada em formato de blog (nomepropriofilme.blogspot.com). Numa caça mais modesta de público, a estrela Leandra Leal chegou a panfletar no Rio de Janeiro, às vésperas da estréia. Mais um motivo de orgulho para o diretor coruja: “A Leandra doa uma das grandes interpretações femininas do cinema brasileiro, pois encarna uma personagem complexa, dando humanidade inacreditável a isso. É memorável”.



SEM DESVIAR DO CLICHÊ

Juntas, as roteiristas Elena Soarez e Melanie Dimantas encararam a missão de adaptar para as telas parte dos escritos de Clarah Averbuck.Responsável pelos roteiros de fitas com forte carga intimista, como Vida de menina,Elena, diante da exposição vista nos textos de Clarah, não viu necessidade de conhecê-la pessoalmente.“O que interessou o Murilo foi a porção de Clarah que ela deliberadamente escolheu para expor em seus livros e blog. Se isso é verdade, se isso tem alguma coisa a ver com ela na vida real, não acho que seja relevante.De resto, tudo é ficção”, explica.Tendo o universo dos blogueiros como suporte para a escrita da protagonista,Elena conta que não houve muito como desviar do clichê dos escritores alimentado pelo cinema, sempre “sorumbáticos, profuuuundos”.“A personagem da Clarah vive um pouco esse clichê por ser uma jovem em seu ritual de iniciação no ofício da escrita. Às vezes, ela se leva um pouco a sério demais nessa iniciação”, comenta. Colega de ofício de Elena, Melanie Dimantas (de Copacabana) também embarcou na intensidade desmedida da personagem. A internet foi fonte de pesquisa, apesar das ressalvas da roteirista.“Às vezes, as informações se confundem.Tudo pode ser encontrado ali, mas pouco fica, cola ou flui. Não tenho prazer em ler blogs nem vontade de fazer um”, diz.


TRÊS PERGUNTAS //MELANIE DIMANTAS

“Roteirista é escritor cineasta”

Existia possibilidade de incorrer no estereótipo do escritor? Como vocês fugiram disso?

Ninguém fugiu, estamos aqui. Roteirista não é escritor escritor, é escritor cineasta. Por mais que nos deleitemos, as nossas descrições no último dia de filmagem, ou talvez depois da montagem, vão parar no lixo, que é o seu lugar. Filme pronto é o destino inexorável de todo roteiro.

Qual o apoio para um roteiro tão centrado numa só figura?

Nome próprio é centrado numa personagem, que também é narradora de uma existência obscura. Não sabemos se é real ou virtual. Isso não importa, afinal, como disse Mário Quintana, “a mentira é uma verdade que não aconteceu”. Em relação à construção de Camila, apesar de tratarmos de eventos tão episódicos e tão entremeados por palavras, o suporte que a define é seu corpo, que transborda otempo todo pelas paredes, pelos olhares dela e dos outros.

Para a consistência na escrita é necessário despender toda aquela energia apresentada?

Aquela energia? Ainda guardo bastante dela para viver. Gasto mais energia cuidando dos meus cachorros... e talvez em sentir culpa por não gastar a tal energia em coisas mais duradouras. Falo da energia vital. Por outro lado, a consistência da escrita me parece apavorante de perseguir. Ela geralmente é resultado da hesitação, da sensação de fracasso e nulidade, do medo de se expor e do ridículo. Talvez você tenha razão na sua pergunta: “aquela energia” negativa e terrível que mina nossos critérios vai todapara os dedos que teclam e se escondem. Se isso resulta em algo consistente, deixemos que nos julguem. De resto minha convicção é de que tudo é de total irrelevância.


Nesta quinta-feira, dia 31/07, Murilo Salles irá participar de um bate-papo com o público do cinema Ponto Cine Guadalupe, logo após a sessão das 18hs. O debate deverá começar às 20hs.

Quem puder apareça. Vai valer a pena!

Em apenas uma semana, Recife já é a terceira cidade com mais espectadores do filme, atrás apenas de Rio e São Paulo!

Parabéns à cena cultural de Recife!

Hoje faremos o ULTIMO debate sobre “Nome Próprio” no Armazém Digital do Leblon, no Rio! Será um novo debate com a filósofa e poetisa Viviane Mosé, que fez a edição final dos textos ditos e escritos por Camila Lopes. Devido ao sucesso do primeiro debate entre o Murilo e a Viviane, na semana passada, organizamos um segundo para continuarmos a conversa sobre cinema, literatura e poesia. O debate acontecerá após a sessão das 20:30.

Uma oportunidade de olhar no olho do diretor, falar com quem fala através de Camila e pensar!

A construção da intimidade, assunto do post de ontem, fica ainda mais incrível quando além da equipe a multidão em questão é composta por uma multidão mesmo, como no caso da cena da partida de futebol do filme. Porque a equipe vira família, isso a gente já disse, mas o estádio cheio não vira nada além de muita gente reunida, sem nenhum amor pelo filme e em geral sem nenhum interesse em ter o seu cotidiano “invadido” por aquela parafernália de câmera e luzes e etc.

Quer dizer, isso quando a multidão não tem o maior interesse em toda a parafernália, em especial pela presença de um ator conhecido ali no meio, e aí haja equipe pra conter a animação da multidão...


Mas enfim, em qualquer dos casos a intimidade a que se quer chegar se torna infinitamente mais difícil de alcançar num estádio lotado do que num apartamento fechado, e por isso mesmo essas cenas são tão instigantes e acabam tocando a gente de um jeito diferente.

Já tem um tempo que a gente vem recebendo pedidos pra postar a lista das músicas que tocam aqui no blog, e nesse domingo ensolarado finalmente vamos atender às preces de todos! Aí vão algumas das estrelas da nossa trilha sonora!

Aretha Franklin - Prove It

Bloc Party - So Here We Are

Cake - Daria

Cake - Friend Is A Four Letter Word

Cake - I will survive

Clash - London Calling

Ella Fitzgerald - Every Time We Say Goodbye

Janis Joplin - Piece of My Heart

Jimi Hendrix - Crosstown Traffic

Jimi Hendrix - Hey Joe

Lou Reed - Take a Walk on The Wild Side

Luiz Melodia - Magrelinha

Monrose - Shame

Pixies - Here Comes Your Man

Porcas Borboletas - Nome Próprio

Spoon - The Ghost of You Lingers

Spoon - Don't Make Me A Target

Rolling Stones - Simpathy For The Devil

Rolling Stones - Honky Tonky Women

The Cure - Boys Don't Cry

The Postal Service - Such Great Heights

The Strokes – Take It or Leave It

The Strokes - Is This It

The Velvet Underground – I'm Sticking With You

Fazer um filme intimista é uma contradição em termos: cinema pressupõe equipe, que por menor que seja inclui no mínimo umas 10 pessoas, e toda a intimidade que se quer imprimir na tela tem que ser alcançada no meio de toda essa gente.

Talvez por isso as equipes de cinema virem uma espécie de família, pelo menos enquanto aquele filme específico estiver sendo feito. Todo mundo passa o dia inteiro junto, a noite inteira quando as cenas são noturnas, e se a filmagem for fora da cidade de origem passa também as horas de folga e os fins-de-semana. A maioria dos atores se inclui nessa “família”, e isso fica ainda mais forte quando há um protagonista absoluto, que filma quase todo dia, e que portanto não se afasta do set tempo suficiente pra se desligar daquela turma.

A construção dessa intimidade leva um tempo, e pode ser determinante pro sucesso de um projeto, especialmente no caso da intimidade do ator com o diretor. Representar um personagem é um processo de entrega comandado pelo instinto e pelas pesquisas do ator, e guiado por essa voz externa que é a do diretor. Esse cara que conhece o filme desde muito antes dele ser imagem, que sonhou com alguém dando voz às frases do roteiro, dando corpo às sensações, e finalmente tem um outro ali pra realizar o sonho. Mas o corpo é desse outro, a voz é dele, o olhar, e é preciso estar em sintonia pra coisa toda fluir macia.

Quando rola bem é aquela coisa: é a anti-solidão, a troca exata, a sintonia perfeita. E aí a gente corre pro cinema pra ver na tela grande essa química acontecer.

Tatuagem nunca precisou de explicação, mas tem quem tente. Talvez porque seja mesmo um mistério essa coisa de marcar o corpo por vontade própria, essas cicatrizes coloridas e belas, virar vaca com o nome do dono marcado a ferro quente. O dono pode ser uma imagem, uma palavra, um nome. "Tatiana". Um coração fundido em coração. "Paz". E podem ser muitos donos, os donos de cada momento, pra sempre impressos na pele. "made in brazil", flores variadas, "Felipe", uma Betty Boop, símbolos chineses, "Amor".

Às vezes elas servem pra marcar fases, e se multiplicam como estampa. Outras vezes uma só basta, e reina absoluta. Algumas são feitas pra serem vistas, outras vivem escondidas, secretas. Tem quem morra de vontade e não tenha coragem. Tem quem nem pense nisso, tem quem só pense nisso. Tem de tudo no mundo, afinal. Até tatuagem que rende foto, capa de livro e poema.




















Conceitos, palavras.
Que tem a pele com isso?
Certezas podem ser carne sem ser tinta.
Podiam.

Carrego a palavra nas costas
além de no fundo do peito e na ponta da língua.

Base das minhas asas invisíveis,
soco na boca do estômago,
filho de 7 letras de 20 minutos de gestação.

Um dia crianças vão deitar sobre o meu corpo pra aprender a soletrar.

Talvez quando essa perenidade me tomar por inteiro
passe essa surpresa, esse medo,
talvez o que hoje é susto vire orgulho do percurso,
e a palavra, embora brasa, cesse de queimar.

Maria Rezende

Valeu Brasil!

Estreamos hoje nossa segunda semana nos cinemas, pulando de duas pra quatro salas no Rio e estreando em Recife! Os números foram super bacanas: tivemos quase 9 mil espectadores na primeira semana!

Isso confirma a nossa sensação de que tem muita gente querendo ver um cinema mais pessoal, e que essa teia que a gente tá fazendo a partir do blog e que vocês repercutem pela rede afora é mesmo muito poderosa, então obrigado!!

Agora é manter o pique pra entrar na terceira semana com tudo! Vamos que vamos!

"Nome Próprio" pelo Brasil na semana de 15 a 21/08/2008:

São Paulo
Espaço Unibanco - Rua Augusta
Horários: 14:00 - 16:30 - 19:00 - 21:20

Rio de Janeiro
Arteplex Unibanco - Praia de Botafogo
Horários: 14:00 - 19:00
Instituto Moreira Salles
Horários: 13:50 - 15:50 - 19:50

Armazém Digital Leblon
Horários: 16:30
Estação Laura Alvim
Horários: 21:45

Porto Alegre
22 de agosto no Unibanco Arteplex

Florianópolis
22 de agosto no Shopping Beiramar

Salvador
Na inauguração do Cine Glauber Rocha

Breve + informações sobre essas cidades.

Seguindo a onda de refletir sobre o filme a partir de vários aspectos, 2a feira dia 28 de julho vai rolar o debate "Blografias". Quem for ao cinema ver a última sessão, às 20:30, poderá depois acompanhar o debate no qual os escritores/blogueiros Ana Paula Maia, Maria Rezende e Ramon Mello se reúnem com a crítica literária Beatriz Resende e o cineasta Murilo Salles para um papo sobre a (r)evolução dos blogs no Brasil.

Quem tá organizando tudo é o Ramon, jornalista que se formou defendendo uma monografia com esse nome e, além de blogueiro e escritor, edita o bacanérrimo 'Click(IN)VERSOS', blog de entrevistas com novos autores.

Fiquem ligados: 2a feira, 28 de Julho, em seguida à sessão das 20:30, no cinema Armazém Digital no Rio Design Center do Leblon.

Murilo Salles - cineasta, diretor de fotografia e roteirista.

Beatriz Resende - crítica literária, professora de Literatura Comparada e Teoria Literária da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenadora / pesquisadora do Cnpq da Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO).

Ramon Mello - escritor e jornalista, autor do livro "Tumorgrafias" (Editora Cartaz/2006). Mantém o blog 'Sorriso do Gato de Alice' e o Click(IN)VERSOS, no portal Click21 – especializado em entrevista com jovens escritores. Atualmente, finaliza o seu primeiro romance 'all star bom é all star sujo'.

Maria Rezende - é poeta e fala poesia. Em 2003 lançou seu primeiro livro de poemas, 'substantivo feminino'. Com Rodrigo Bittencourt dirigiu por três anos o projeto multimídia Te vejo na Laura. Teve poemas publicados na revista Playboy e na antologia Imagining Ourselves, do International Museum of Women de São Francisco, ao lado de obras de mulheres do mundo inteiro. Prepara o lançamento do segundo livro de poesias, 'Bendita Palavra' (7Letras), para novembro de 2008, e publica no mariadapoesia.

Ana Paula Maia – carioca, autora dos romances "O habitante das falhas subterrâneas" (7 letras/2003) e "A Guerra dos Bastardos" (Língua geral/2007). Participa de diversas antologias, entre elas, "25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira" (Record/2004). Em 2006 publicou na internet a novela "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos". Escreve na web no bBlog 'Killing Travis'

Nessa quarta-feira batemos todos os filmes do Arteplex Unibanco! Sessão de 4:30 da tarde lotada! Que honra, Rio de Janeiro! (Só perdemos para o Batman, mas, melhor dizendo: perdemos para o Coringa, não para o Batman...)

Tivemos muito mais espectadores que: "Kung-fu Panda", "Hancock", "O Agente 117", "O Sol", "As Aventuras de Molière" e "Uma Garota Dividida em Dois".

Isso é sinal que existe uma enorme tribo de pessoas sensíveis e que querem ARTE e querem se sensibilizar. Pessoas especiais. Para ser especial é preciso sair da mesmice. Precisamos construir uma narrativa existencial que valha a pena. Precisamos escrever nossos Nomes Próprios com letra maiúscula.

Valeu, Rio de Janeiro! Vocês fizeram o nosso filme valer a pena!

(Equipe e Elenco de Nome Próprio)

O psicanalista Contardo Calligaris escreveu hoje em sua coluna semanal na Folha de S. Paulo:

"Aviso urgente. "Nome Próprio", de Murilo Salles, estreou na sexta passada em poucas (mas boas) salas de várias capitais do país. Com a extraordinária interpretação de Leandra Leal, o filme leva para a tela o mundo impetuoso, fragmentado e tocante do blog e dos romances de Clarah Averbuck.
É imperdível para quem vive amores inquietos (ou seja, para quase todos) e, óbvio, para quem é atormentado pela paixão de escrever.
Participo assim da campanha para que o filme permaneça em cartaz o (longo) tempo que ele merece."

Arnaldo Jabor fez uma ótima crítica ao Nome Próprio ontem na rádio CBN. Vale a pena parar, ouvir e se deixar levar ...

"Um livro polêmico". "Uma declaração polêmica". "Uma instalação polêmica". Deveria ser somente um adjetivo, mas no mundo contemporâneo virou um elogio.

O valor intrínseco da polêmica é uma das invenções do mundo contemporâneo. E ao virar valor, cria distorções malucas. Porque polêmica deveria ser resultado do desejo real de dizer algo a que o ouvinte não esteja acostumado, um ponto de vista inesperado e cuja proclamação seja inevitável, de tão verdadeira. Quando o desejo da polêmica vem antes da necessidade de expressar essa visão, qualquer visão, qual o sentido?

Imagine uma pessoa que estivesse sempre em busca do espanto, que disesse cada frase antevendo as reações explosivas de discordância, que pautasse suas ações pelo impacto desestabilizador que elas pudessem causar em quem estivesse por perto. Ai, que cansaço! A vontade adolescente de chocar virando atestado de qualidade, e o mundo se enchendo de polêmicas murchas como bolas em fim de festa de criança.

Que prazer, pelo contrário, quando surge no meio da multidão uma voz que deseja ardentemente expôr suas verdades, e que tem no meio delas partes inesperadas e inusitadas, que nos fazem reagir com veêmencia porque nos sentimos obrigados a questionar, porque nossas verdades foram postas em cheque. Quando a polêmica é conseqüência e não objetivo principal, quando ela é resultado e não meio.

Longa vida à boa polêmica!

Este é o segundo vídeo da série "O que vc não vai ver em Nome Próprio", com cenas inteiras que foram retiradas da edição final do filme. Essas cenas não estão no cinema, vc só confere aqui!

Tenho trabalhado com o Murilo há alguns anos, fomos parceiros antes em Seja o que Deus Quiser e em És Tu Brasil / Alexandre Herchcovitch.

Tive desde o inicio deste projeto, muita proximidade com todo o processo e quando Nome Próprio me foi apresentado ainda se chamava Uma Menina Má, que depois se transformou em Máquina de Pinball, Vida de Gato, sendo ainda Uma História Real antes de ser lançado como Nome Próprio.

Devo dizer que o que me motivou inicialmente, visto que não sou um profissional de direção de arte apenas ligado ao cinema, foi a oportunidade de dar continuidade aos trabalhos que faço com o Murilo. Vi também a possibilidade de estar em uma produção, de baixo orçamento, cujos contornos julguei muito interessantes.

Meu ponto de vista é que, como todos sabemos, cinema é um oficio muito caro e que na grande maioria das vezes envolve dinheiro ou parceria com setores públicos, portanto estar em uma produção de qualidade que se configurava com moldes de produção de baixo custo era uma experiência muito construtiva.

O que realmente me interessa é produzir, com valores de baixo orçamento, um produto cultural de qualidade.

Acho mesmo que propostas como esta são fundamentais em um país rico, mas cheio de desigualdades.

Gosto de imaginar que estamos viabilizando um discurso potente que pode fazer alguma diferença no processo de massificação.

Um país que não pluraliza seus setores de cultura, que não dá voz a projetos individuais, corre o risco de se tornar monocórdio e desinteressante, o que mais tarde pode fazer com que todo o setor fique desqualificado.

Pode fazer com que setores de áudiovisual não respondam aos anseios de um país diverso como o nosso, deixando para nós a qualidade de irrelevantes.

Como não acho que apenas o poder público pode arcar com tal potencia, um filme produzido com baixo orçamento, alta qualidade e tecnologia específica, tem grande importância em toda esta equação de cultura.

Enfim entrei neste projeto muito pelo o que ele pode me ensinar em termos de produção, para dar vazão a produtos de qualidade, com estéticas e potências específicas, em uma tentativa de criar diversidade e tornar mais interessante o discurso áudio visual como um todo.

(Pedro Paulo Basílio de Souza
Diretor de arte de Nome Próprio)

O Overmundo é um site que tem tudo a ver com o espírito de "Nome Próprio". Além do excelente texto "A blogosfera chega às telas", de Milu Leite, já linkado aqui anteriormente, eis agora outra ótima resenha publicada por lá: "A rede à flor da pele", de Sérgio Batisteli.

A rede à flor da pele

Uma bela jovem nua briga com o seu namorado, Felipe (Juliano Cazarré), é expulsa de sua própria casa e vai para um apartamento de um fã em Brasília. Ela pede uma bebida, mas não tem. Então Camila Lopes (Leanda Leal) vai escrever para se acalmar e diz “Escrevo porque preciso. Melhor, vivo porque escrevo”.

A menstruação inesperada pega Camila de surpresa que sai para comprar absorvente no supermercado à noite, aproveita para comprar duas caixas de cerveja e dormir nem pensar. Ela vai para frente do computador que levou para a casa do fã e escreve textos para o seu blog.

(Nome Próprio, Brasil – 2007, HD, 120 min.) é o sétimo longa-metragem do diretor Murilo Salles que trata, além da situação de jovens urbanos atualmente, a história de uma desequilibrada e famosa blogueira que tem o sonho de publicar um livro. Assim, como em Nunca Fomos Tão Felizes (84), Faca de Dois Gumes (88), Seja o Que Deus Quiser (2002), ele deixa uma das suas marcas registradas, que é contextualizar o comportamento humano em complicadas situações de vida. Murilo constrói personagens e suas próprias verdades independentemente de uma moral pré-estabelecida pela sociedade.

O roteiro do filme é uma adaptação dos livros Máquina de Pinball (2002) e Cama de Gato (2004) da escritora gaúcha Clarah Averbuck, 28 anos. Ela é o fruto da mais recente forma de mídia e divulgação que conhecemos - a internet. O seu blog chegou a ter mais de 1800 acessos diários, foi o ponto de partida para ela mostrar os seus textos. Clarah é como esse novo meio de comunicação, ou seja, ela é libertária, revolucionária, sem limites e influenciada por outras formas de manifestação, entre eles os escritores (John Fante, Charles Bukowski, Paulo Leminski) e o rock and roll.

Murilo Salles explora de forma primorosa os espaços internos dos apartamentos, onde Camila tem o seu quartel general da expressão literária. Com travelling aéreo, super close, GC (gerador de caracteres) que ajuda enfatizar a poesia quando a sua desmedida personagem escreve o blog. Nas cenas de amor, Murilo desfoca a câmera e trabalha com pouca luz. Esses são alguns dos elementos que compõem a linguagem fílmica de Nome Próprio

O fio condutor da história é Camila, vivido pela atriz Leandra Leal, 25 anos. Certamente esse é o principal papel cinematográfico na carreira de Leandra, até o momento. Na telona vemos uma excelente atuação da protagonista carioca. Uma mulher despudorada, corajosa e intensa a cada minuto.

Camila fuma um cigarro atrás do outro, liga desesperada para uma amiga, no seu coração sente um tremendo vazio e ela fica esperando algum contato de Felipe. Começa a pensar em escrever o seu livro, bebe muito, se entope de tranqüilizantes e não come. Como desgraça pouco é bobagem, a escritora tem um saldo devedor de R$ 400, faz um saque emergencial e paga o aluguel do apartamento que está hospedada.

Compulsão, compulsão e compulsão...
A blogueira lava a louça, mas não para sob o efeito da bebida e remédios, ela limpa o chão da cozinha, as paredes, limpa a casa inteira. Vai parar no lado de fora do apartamento, onde esfrega até o chão da escada e totalmente tresloucada leva um tombo digno de ser filmado.
Finalmente, Felipe toca a campainha e exige que Camila retire os textos do blog. Como uma mulher apaixonada ela fraqueja, pergunta para ele se a ama e o beija na boca. “Minha vida é uma merda”, escreve a carente personagem.

A escritora vai para o Rio de Janeiro, com um clima propiciado por uma trilha sonora alegre num bar, se apaixona pelo francês Henri (Alex Disdier) que literalmente a deixa de quatro. Ela descobre que Henri tem uma mulher e filho, através de fotos.
A sua vida segue de bar em bar, Camila se encontra com um casal de amigos e a inveja feminina, somada pelo abuso do álcool toma conta dela. O espectador é brindado com a belíssima fotografia de um mergulho noturno na praia carioca, que termina em uma tórrida cena de amor. A blogueira fica com o namorado dessa amiga e o francês os vêem. Novamente ela fica sozinha, sem dinheiro para pagar o aluguel e sem amor! Pira e compra uma bota caríssima, sai para encher a cara, é despejada do apartamento e pede ajuda aos fãns do seu blog.
Surge um típico garoto nerd, Guilherme (David Katz), cheio de espinha na cara e sem a menor habilidade para conquistar uma mulher.

O filme deixa clara a rede de pessoas que giram em torno de um blog, como suas vidas virtuais podem se tornar presenciais e expostas sem o menor pudor.
A mãe da escritora aparece em forma de postal, ela entrega uma caixa escrita “kit sobrevivência” com doce caseiro diet, biscoitos e xampu.

Camila, amante de noitadas e bebedeiras, faz a sua balada agora em Sampa. Conhece Rodrigo (Ricardo Garcia), ela quer ser dominada, mas seu novo affair está mais para escravo do que pra dominador.
A baladeira reflete, “Meu problema é achar que caos é ordem, eu preciso organizar o caos que eu sou”.

“Vou pra mulher objeto, isso que é vida”, esbraveja a blogueira.
Numa outra balada, ela encontra com mais um fã do seu blog, que se correspondia com ela através de um personagem. O perfeito Daniel (Gustavo Machado) e diz “Você é muito para mim, da voz ao tamanho do pau”. Ela acha que com ele encontrou o seu verdadeiro amor.

Sobre o final, Salles deixa em aberto para o espectador ter pelo menos duas interpretações sobre realmente quem é Camila. Acima de tudo, ela tem uma alma apaixonante que exala viscerais sentimentos pelos poros de sua pele.

Nome Próprio está em cartaz nos cinemas.

Criatividade própria

Como critico observador e jornalista, não posso deixar de falar sobre a campanha de divulgação do filme “Nome Próprio”. Um marketing viral criativamente honesto e bem sucedido; com a criação do completo e interativo blog: http://nomepropriofilme.blogspot.com

Um espaço que de fato o espectador do filme pode se comunicar com todos os envolvidos na produção do longa-metragem, utilizando-se das mais novas ferramentas de divulgação como o MySpace, Twitter e teasres. Por exemplo, consegui o convite de uma pré-estréia através de um comentário que fiz no blog.

A página na internet de “Nome Próprio” traz várias informações que vão desde as salas de exibição, até o endereço da danceteria onde artistas do filme irão discotecar. Mas principalmente, nos aproxima de três pessoas fundamentais para a realização de tudo isso: o diretor Murilo Salles, a escritora Clarah Averbuck e a atriz Leandra Leal.

O cinema agradece e tenho certeza de que mestres como Glauber Rocha e Rogério Sganzerla, se estivessem vivos aprovariam essa idéia.

Reproduzido do blog do autor: http://sergiohpg.blig.ig.com.br//2008/29/daqui-a-pouco-a-cr.html
20/7/2008

Devido ao sucesso no Rio de Janeiro, Nome Próprio ganha mais 2 salas. Agora, além da zona sul, estamos marcando presença no centro e na zona norte.

Nessa sexta-feira, dia 25, ESTREAMOS no PONTO CINE GUADALUPE e no ODEON!

PONTO CINE GUADALUPE: 18:00 - 20:00hs

Cinema ODEON BR: 16:30 - 19:00 - 21:30 (a partir do sábado, 26)

Convidem os amigos, avisem os inimigos porque Camila está invadindo a cena pernambucana.

Estréia de "Nome Próprio" em RECIFE!

Nesta sexta-feira, dia 25/07, no CINEMA DA FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, nos horários: 15:50 - 18:00 - 20:15 (Sex, Sab, Ter) - 16:00 - 18:10 (Dom.) - 16:00 - 20:15 (Qua.) - 17:40 (Qui).

01 RIO DE JANEIRO - ARTEPLEX SL. 03: 14:00 - 16:30 - 19:00 - 21:30hs

02 RIO DE JANEIRO - ARMAZEM DIGITAL LEBLON: 13:45 - 16:00 - 18:15 - 20:30hs

03 RIO DE JANEIRO - PONTO CINE GUADALUPE: 18:00 - 20:00hs

04 RIO DE JANEIRO - Cinema ODEON BR: 16:30 - 19:00 - 21:30 (a partir do sábado, 26)

05 SÃO PAULO - ESPAÇO UNIBANCO SL. 03: 14:00 - 16:30 - 19:00 - 21:30hs

06 SÃO PAULO - ARTEPLEX SL. 05: 16:30 - 19:00 - 21:30hs

07 SANTOS - ESPAÇO MIRAMAR SL. 03: 19:00 - 21:30hs

08 CAMPINAS - SHOPPING JARAGUA SL. 01: 19:10

09 BELO HORIZONTE - BELAS ARTES SL. 03: 14:15 - 16:30 - 21:30hs

10 BRASÍLIA - CASA PARK SL. 04: 17:00 - 19:10 - 21:30hs

11 GOIÂNIA - SHOPPING BOUGANVILLE SL. 05: 17:10hs

12 RECIFE - CINEMA DA FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO: 15:50 - 18:00 - 20:15 (Sex, Sab, Ter) - 16:00 - 18:10 (Dom.) - 16:00 - 20:15 (Qua.) - 17:40 (Qui)

13 FORTALEZA - DRAGÃO DO MAR SL. 02: 14:00 - 16:30 - 19:00

14 BELÉM - MOVIECOM CASTANHEIRA SL. 04: 19:15 - 21:35hs

15 NATAL - MOVIECOM PRAIA SHOPPING SL. 03: 19:05 - 21:25hs

VALEU, Amigos!

CONSEGUIMOS dobrar a segunda semana nos CINEMAS graças a mobilização que partiu da INTERNET. Essa é a NOVA força/arma das pessoas, da livre circulação das idéias e de troca de informação. Vocês, SIM, vocês que acessam este blog e fizeram CIRCULAR E DIVULGAR o nosso manifesto ‘Cinema da Crueldade’ sobre a importância de assistir "Nome Próprio" na primeira semana, vocês fizeram a diferença, tornaram esse lançamento algo ESPECIAL! Agora, a luta continua!

ALÔ, ALÔ, SÃO PAULO! Sempre achamos que "Nome Próprio" fosse a cara das meninas de São Paulo. Das milhares de Camilas com que cruzamos pelas suas avenidas. Por que OS CARAS de Camila em Sampa são bacanas, menos "machistas". Mas está faltando o comparecimento dos PAULISTAS no cinema. O que será que está acontecendo? Alerta para a militância paulista! Vamos reagir ao marasmo do cinemão bobão.

Será que as pessoas só querem diversão e pão? NÃO ACREDITAMOS NISSO. As pessoas querem ARTE, sensibilidade, querem afetar e serem afetadas. Querem pão sim! Mas, ARTE também! Está faltando a consciência que é preciso sair de casa e ir até a Rua Augusta no Espaço de Cinema, ou dar uma chegada no Arteplex do Shopping Frei Caneca para assistir ao filme.

NÃO É UMA QUESTÃO DE GRANA, não é uma questão de "propaganda para ganhar dinheiro". Esse filme é incentivado. Foi feito com dinheiro público. É UMA QUESTÃO DE AFIRMAR com números de ingressos vendidos que EXISTE SIM um público para um cinema sensível, inteligente, autoral, intenso. Isso é uma questão de afirmação de IDENTIDADE, senão esse cinema vai desaparecer. Vai para a Galeria de Arte. Só vai sobreviver o cinemão! (Nada contra o bom cinemão, somos fãs incondicionais do grande cinemão – que não gosta de um excelente Batman?) MAS O PROBLEMA É QUE SE NÃO FORMOS ASSISTIR AOS FILMES do Beto Brant, do Carlão, do Zé Eduardo Belmonte, do Lírio Ferreira (entre vários colegas com cinematografias exemplares) esse cinema tende ao desaparecimento!

Queremos registrar que Fortaleza reagiu! Postamos um apelo no sábado aqui no blogue e no Domingo a freqüência do Dragão do Mar dobrou. Isso é um sinal que a militância cinematográfica de Fortaleza é uma realidade! No entanto, ainda continuamos com uma freqüência muito baixa em Belém e Natal.

Atenção, essa não é uma luta pela bilheteria de "Nome Próprio", é uma luta por uma militância em prol do cinema nacional. Para fazer com que os filmes sejam vistos e discutidos, que proliferem pólos de cinema nas principais cidades brasileiras, que se fomentem cinefilias regionais fortes.

Vamos voltar a brigar pelo Cinema! Alô, quem ama cinema, vamos discutir os planos, a estética, os temas, os conteúdos: vamos voltar a ver Cinema!

(Equipe do blog Nome Próprio)

Esse era o nome do filme até praticamente o final da montagem. Murilo Salles demorou mais de um ano trabalhando na edição. Uma edição que no início possuía mais de 4h30min. Através dos cortes, da supressão de cenas inteiras e até de personagens, o filme foi ganhado identidade, deixando de ser apenas UMA história para adquirir um nome, um NOME PRÓPRIO.

Esse não foi um processo fácil. Muito material bom foi deixado para trás. E quando o material é bom não tem jeito, sempre fica aquela maldita pulga atrás da orelha. Coçando, perturbando e nos fazendo pensar: será que fizemos a coisa certa?

O que vc não vai ver em Nome Próprio # 1 – O Homem Sem Nome!


Longa faz ensaio entre o virtual e o real

Inspirada na escritora Clarah Averbuck, Leandra Leal se destaca como
blogueira em crise no filme de Murilo Salles


Leandra Leal interpreta Camila, blogueira que tenta escrever um livro, em "Nome Próprio"


José Geraldo Couto/ Colunista da Folha de S.Paulo.

Inspirado livremente em livros da escritora e blogueira Clarah Averbuck, “Nome Próprio” não é, como poderia parecer à primeira vista, um filme “sobre internet”, e menos ainda um “retrato da geração atual”.

O que é, então? Uma porção de coisas, mas sobre tudo um ensaio em torno do trânsito – ou hiato – entre o virtual e o real, entre a palavra e a carne.

Camila Lopes (Leandra Leal) mantém um blog em que expressa literalmente suas angústias, seus devaneios , suas reflexões. Sua subjetividade, em suma.

Mas Camila, antes de tudo, é uma mulher em crise permanente. Vive num equilíbrio frágil entre o afeto e a solidão, o hedonismo e a penúria material, a altivez agressiva e a carência mais abjeta. Vive aos tombos, e não é casual que role por uma escada numa cena vital.

Tudo na personagem é intenso, exagerado: o modo como exerce sua sexualidade, a aspereza no trato com os outros, a compulsão em escrever, o uso obsessivo de drogas (álcool, cigarro, comprimidos). Murilo Salles mostra essa personagem como um corpo lançado no mundo.

Já a primeira cena nos situa nesse estado de desamparo. Uma ágil câmera na mão (operada pelo próprio diretor) registra o violento despejo de Camila do apartamento do namorado, a quem, conforme saberemos depois, ela traiu com um desconhecido.

O rapaz arranca roupas do armário, soca-as numa mala, junta em caixas computador, CDs, bijuterias e objetos vários, arrasta tudo aos chutes até a porta da saída. Em meio a essa ação frenética, vemos Camila encolhida num canto, em lágrimas, nua.

Mas, a protagonista não cabe no papel de vítima, e logo vemos sua reação igualmente violenta à brutalidade. Tapas, ofensas, palavrões, uma coisa horrível de se ver.

Relação com a água

Murilo Salles “cola” em sua personagem, assume integralmente o seu ponto de vista, mas não apara suas arestas, não atenua o que ela tem de intratável e de desagradável. Em outras palavras, não facilita a identificação do público com ela.

Um modo possível de se aproximar da personagem é atentar para seus banhos, que revelam as oscilações de seu estado material e psíquico. Lavando-se na pia do banheiro de uma lan house, sentada bêbada e vestida sob a ducha do apartamento, ensaboando-se no box com o novo namorado, quase se afogando no mar à noite, Camila se expõe inteira em sua relação com a água.

Pode-se não gostar de “Nome Próprio”, mas duas afirmações se impõem: Murilo Salles (trabalhando aqui com o digital) filma bem como poucos e Leandra Leal tem uma atuação literalmente assombrosa.

"Nome Próprio"
Produção:
Brasil, 2007
Direção: Murilo Salles
Com: Leandra Leal, Juliano Cazarré
Onde: em cartaz no Espaço Unibanco Augusta e Frei Caneca Arteplex
Classificação indicativa: Não recomendada para menores de 18 anos
Avaliação:
Bom

"Uma casa maldita". "Aquele maldito menino". "Esse maldito trabalho". Ninguém diria que essas frases têm como objetivo falar bem dos respectivos casa, menino ou trabalho, certo? A palavra "maldito", por si só, carrega um inegável peso de coisa ruim, que se quer evitar. Certo?

Não no mundo artístico de hoje. Se o leitor se depara com as expressões "poeta maldito" ou "artista maldito" entende logo que se trata de um poeta e um artista que merecem atenção, poeta e artista de qualidade, mas incompreendidos pela "mídia", um poeta e um artista sem medo de chocar - e olha a polêmica aí de novo.

E aí virou moda ser maldito. Jovens autores cortam os pulsos na capa dos livros, beldades literárias descrevem suas noites de degradação moral no mundo milionário de Paris, cantoras expõe ao mundo sua sucessão de bebedeiras e semi-overdoses, e o mundo aplaude, e louva, e compra livros e discos.

Mas por que não é considerado maldito o autor daquele livro genial que editora nenhuma publica, e que trabalha de 9h às 18h pra pagar suas contas em dia, leva os filhos na escola de manhã e dorme cedo? Ele também não é visto pela mídia, mas ah, não tem glamour nenhum.

E parece que o valor das obras está na vida tresloucada de quem as compõe, e não na obra em si. E a gente quase se espanta quando descobre que a dona da voz que nos encanta faz comida no almoço e lava a louça no final, e que sua geladeira tem mais legumes que vodca. Que vida normal, que tédio...

Ser maldito não devia ser valor nenhum, apenas uma constatação de um estilo de vida. Estilo de vida aliás que, pra dizer a verdade, pode ser insuportável pra quem está por perto e, principalmente, pra quem vive.

Agora que vocês já viram o filme, escrevam para a gente a história de vocês!

Toda mulher, ou quase toda, já teve um “Momento Camila”: um daqueles momentos em que o bom-senso desaparece, em que a educação vai pras cucuias, em que se faz simplesmente o que dá vontade, um daqueles momentos dos quais a gente não se orgulha, mas nunca mais esquece. Momentos também de coragens inesperadas, de superação, de olhar a vida de frente e sem medo, de bancar o que vier. Momento de transbordamento; vital e necessário para que a vida continue.

Portanto, deixem a vergonha de lado e tirem as cartas do armário, as histórias da memória, os sentimentos da entranha. Vamos inventar a nós mesmos que faz bem.

Poste aqui seu MOMENTO CAMILA!

Para encorajar as mais tímidas, Camila dá o exemplo:



Caras de Camila #1



Caras de Camila #2



Caras de Camila #3

Marco Cherfêm, sob a orientação de Pedro Paulo de Souza, diretor de arte do filme, fez uma série de templates maravilhosos especialmente para o computador da Camila.

Estamos agora disponibilizando para vocês verem, baixarem e se lembrarem dessas imagens, que eram as únicas coisas que Camila via nos seus longos e áridos momentos de solidão.

Para baixar as imagens basta clicar com o 2º botão do mouse sobre elas e escolher "Salvar Imagem Como" (Save As).









No site Críticos:

Por Carlos Alberto Mattos

É particular e apreciável a maneira como Murilo Salles, o diretor, tem se inserido no discurso geral do cinema brasileiro desde os anos 1980. Quando começávamos a refletir sobre a ditadura militar como parte do nosso passado, ele retratou a solidão e o vazio de uma nova geração vivendo certa orfandade. Era Nunca Fomos Tão Felizes, um primeiro filme que a gente nunca esquece. No momento em que o governo Collor fodia com a vida brasileira, ele e Sandra Werneck traduziram a situação no curta-protesto Pornografia. Mais adiante, quando apenas se insinuava a onda de violência urbana que assola o cinema brasileiro recente, ele deslocou o ângulo para o imaginário de crianças da favela durante uma ação desastrada. Era Como Nascem os Anjos, um clássico do gênero.

Mesmo no aparentemente menos ambicioso – e muito incompreendido – Seja o que Deus Quiser, Murilo não deixou de surpreender com uma inversão de estereótipos que dizia muito sobre equívocos e obsessões do Brasil atual. A juventude continuava a ser o seu plantel predileto de personagens. E nada mais é que um porre de juventude a sua obra-prima que chega agora às telas. Nome Próprio é talvez o filme mais contemporâneo que o cinema brasileiro poderia produzir neste momento.

Estamos a muitas milhas de distância tanto dos chavões da violência quanto dos xavecos das historinhas bem-comportadas, que têm garantido ao filme brasileiro alguns favores do público. Nome Próprio disputa platéias com os bons filmes europeus e asiáticos da praça, ou com os melhores quitutes provenientes dos EUA. Isso porque , como poucos outros, troca a cor local pelos tons de um “país” interior, mais recôndito e insondável. Sua ação se passa dentro de uma cabeça, e não é de uma cabeça qualquer.

Camila Lopes, filtrada da autobiografia ficcional de Clarah Averbuck, é uma criação arrebatadora de Murilo Salles e Leandra Leal. Uma menina com a alma nas pontas dos dedos e o destino a curto prazo condicionado pelo tempo da conexão discada (estamos em 2001). Algo predadora, dada a barracos, criança e tigresa alternadamente, Camila tenta destilar sua solidão nos encontros de bar, nos copos de vodca e na devora de cigarros, na fantasia de um príncipe online, no corpo-a-corpo com as palavras que espalha pela rede sem esperar retorno nem compensação. Tudo é mar onde ela quer se dissolver. Tudo é vício, paixão e poesia.

Ela é a síntese de uma sensibilidade nova, que o cinema brasileiro ainda não tinha conseguido (na verdade, nem procurado) representar. E o desafio brilhantemente vencido por Murilo Salles foi o de tornar palpável diante de nós os sinais dessa sensibilidade. Sua câmera flutua sobre os corpos, acaricia-os ou espreita-os como um olho livre, sem peso. Mas o que esse olho desmaterializado vê é de uma visceralidade transbordante. As unhas raspadas de Camila; sua relação corporal com o set, os objetos e os demais personagens; a exteriorização das frases como textos sobre a tela – tudo isso remete a um movimento no sentido de transformar o sentimento em matéria exposta. Todas as dicotomias que dilaceram e ao mesmo tempo produzem essa Camila que nos é dado conhecer – angústia e hilaridade, decepção e dissipação, virtualidade e fisicalidade – ganham expressão poderosa nesse objeto fílmico singular.

Ao final, depois de desnudar-se em tantos sentidos quantos possamos imaginar, Camila se reparte em duas para, quem sabe, se apaziguar. A quebra da identidade é a suprema realização de um desejo de dar-se ao mundo e ao mesmo tempo manter-se coladinha a si mesma. Desconfio que Nome Próprio é sobre essa inquietação tão comum em tempos de desmaterialização, interação desenfreada e, contraditoriamente, isolamento cada vez maior.

Dizem que Camila é explosiva, apaixonada, louca. Uma mulher. Uma mulher complexa. Nessa semana vamos colocá-la contra a parede! Analisar cada ato, cada pulsão, entrar ainda mais em seu mundo tão peculiar.

Amanhã, dia 21, terça, 22, e na quinta, dia 24, faremos uma seqüência de debates no Armazém Digital do Leblon, no Rio. Quem for ao cinema ver a última sessão, às 20:30, poderá acompanhar o debate com o psicanalista e dramaturgo Antonio Quinet, na segunda, com a filósofa e poetisa Viviane Mosé, na terça e com os Psicanalistas Cláudio Campos Filho e Lindemberg Rocha, na quinta. Todos os debates contaram com a presença do diretor, Murilo Salles.

Aguardamos vocês.

diretor de arte de "Nome Próprio":

Fonte: Anunciato

Não foi assim exatamente uma surra, talvez esteja mais próximo de um chega para lá. Mas, um chega para lá de RESPEITO! No Rio, no Arteplex Unibanco, único cinema que dividimos salas com o morcegão, tivemos mais espectadores nas duas principais sessões: das 19 e das 21h. Se não chegamos ainda a incomodar o nosso primo rico, já podemos dizer que somos uma pedrinha na sua bota super equipada!

Em briga de Davi e Golias uma pedrinha já é uma vitória!

Cadê vocês? Onde vocês foram? Não foi quase ninguém nas sessões de ontem!

Internautas de todo o Brasil, contatem as pessoas bacanas que vocês conheçam em Natal e Fortaleza! Nos ajudem a divulgar o filme!

Trechos das resenhas mais interessantes que já saíram sobre "Nome Próprio":

"Numa trama em que o computador, mais do que utilitário, é personagem, Nome Próprio (futuro concorrente no Festival de Gramado) ganha visceral atuação de Leandra Leal. Aloprada e sem pudores, ela tira do lugar-comum a escritora que imprime sua literatura até nas paredes."
(Ricardo Daehn, Correio Braziliense)

"Murilo Salles (trabalhando aqui com o digital) filma bem como poucos e Leandra Leal tem uma atuação literalmente assombrosa." (José Geraldo Couto, Folha de S. Paulo)

Leandra Leal e Clarah Averbuck discotecam neste sábado, 19/07, no Clube Glória em São Paulo, dentro da festa Popscene + Gente Bonita.

Conseguimos uma parceria super legal para quem for assistir ao filme amanhã ou sábado! Quem apresentar o canhoto do ingresso entra na festa pagando R$ 15,00 sem precisar colocar o nome na lista. Em São Paulo o filme está passando no Unibanco Arteplex do Shopping Frei Caneca ou no Espaço Unibanco da Rua Augusta.

Para quem quiser dançar com as músicas escolhidas por Leandra e Clarah eis mais informações sobre a festa:

POPSCENE! + GENTE BONITA @ Clube Glória (SP)
Data: 19 de julho de 2008, sábado
DJs residentes: Popscene DJs (Flávia Durante e Hector Lima) e Gente Bonita (Alexandre Matias e Luciano Kalatalo)
DJs convidados: Bezzi (Discoteca Kamikaze), Clarah Averbuck e Leandra Leal (lançando o filme "Nome Próprio")
Endereço: Rua 13 de Maio, 830 - Bela Vista - (11) 3287-3700
Horário: A partir de 23h59
Aceitam todos os cartões. Possui guarda-volumes
Ingressos: R$ 35,00 (porta), R$ 25,00 (lista site Glória), R$ 15,00 (lista amiga até 17hs de sábado p/ www.gentebonita.org ou popscene@gmail.com)
Possui serviço de valet: R$ 12,00
Capacidade: 500 pessoas
Censura: 18 anos

Quem apresentar o canhoto do ingresso do filme hoje no Studio SP paga R$ 15,00 no ingresso sem precisar colocar o nome na lista (o normal é R$ 25,00). Hoje rola show do Ludov e discotecagem da Miss Má, que amou o filme! O Studio SP fica na Rua Augusta, 591.

Até Leandra Leal virou panfleteira por um dia para divulgar o filme! A emocionada carta de Murilo Salles tem sido publicada em sites, blogs, comunidades no Orkut e até no jornal O Globo de hoje. Não é brincadeira o amor que o elenco, a equipe e os admiradores têm por "Nome Próprio". ;-)


Mobilize-se você também! Cadastre-se na nova rede social dedicada ao cinema, MovieMobz, e assinale "Nome Próprio" na lista de filmes que você gostaria de ver.

Update: Comentário interesantíssimo que Caesar publicou em nosso blog.

"O que me trouxe aqui não foi Leandra Leal nua, mas Leandra Leal metida numa camisa do Flamengo filipetando. Sempre achei que os atores da minha geração e de Leandra incorriam no mesmo erro: Esqueciam que Fernanda só é Montenegro pq trabalha há mais de 50 anos. Então, sempre fui contra querer agir como "achamos q é ser Montenegro" quando ainda se tem tanto a fazer. Ver Leandra filipetando, por estratégia de marketing ou não, fez me sentir menos só. Aí, li a crítica do filme e descobri do q ele trata. Desde 1999 venho escrevendo para teatro no Rio com o olhar na Internet, no paradoxo de estarmos com todo mundo e ainda assim, sós. E mais uma vez me senti menos só. Agora voltarei aqui pelo filme que assistirei neste fim de semana. Vida longa!"


É por aí mesmo, Caesar! É isso que faz de Leandra uma Atriz com A maiúsculo e não uma celebridade vazia. Ela acredita no que faz. Obrigada pelo seu comentário pertinente!

Hoje até a grande comunidade Cinema Brasileiro está vestida de "Nome Próprio". É muito gratificante ver o público vestindo a nossa camisa!

Para quem já assistiu ao filme ou quer debater a respeito participe da comunidade "Nome Próprio" no Orkut e adicione nosso perfil.

Uma das maiores diversões da equipe deste blog é saber como os internautas chegaram até aqui. Nos últimos dias, felizmente, os termos que mais nos trouxeram visitantes foram "nome próprio filme" ou "murilo salles" e não mais "leandra leal nua", que era o recorde absoluto até agora.

Internautas (blogueiros?) procurando incessantemente por fotos de mulher pelada. Será que o nosso querido e polêmico Guilherme, interpretado brilhantemente por David Katz, é tão estereótipo assim?


Nerd? Eu?

Hoje à noite dê uma boa risada, uma verdadeira gargalhada, daquela de esticar a pele da boca, vire as costas para o morcegão e vá curtir Camila, que é muito mais gostoso.

Viva um dia de Coringa!

O artista multimídia Lucas Bambizzi fez do set de filmagem de Nome Próprio um lugar de experimentação. Incorporou o filme a sua linguagem e o retrabalhou. Retrabalhou de tal forma que fez virar outra coisa, incutiu novas questões e o seu nome ao Nome Próprio.

"Silêncio, vai rodar" ... "Mais uma"
Junto com ruídos cotidianos de um set de filmagem, essa é a principal
"trilha sonora" do trailer que Lucas Bambozzi fez com o
material de bastidores do "Nome Próprio". A repetição, a aridez e por vezes a ação contida, são a perfeita tradução do fazer cinematográfico. O vídeo revela, em cerca de 1 minuto, a concentração da Leandra, a equipe super reduzida, o apartamento real em que as cenas se passam e o clima de intimidade que todos esses elementos juntos geram.
É um olho na fechadura do filme. Uma espiada consentida, mas nem por isso menos reveladora.




Primeiro o cigarro, a bebida e depois ...

A mão trêmula, o olhar fixo e outro cigarro. + outro, uma bola, outro cigarro; uma bebida para relaxar.

Não. Não é um comercial junk de cigarro nem de bebida. É Camila tentando escrever.

Nome Próprio – remix de Lucas Bambozzi é uma série de vídeos em que o artista desenvolve um olhar pessoal sobre o filme. No primeiro, a compulsividade inerente ao set de cinema, no segundo e no terceiro a compulsividade inerente à Camila.





o projeto que deu origem a pesquisa feita junto ao filme chama-se Presenças Insustentáveis e está aqui:


_ trabalhos antigos de lucas bambozzi: www.comum.com/lucas
_ trabalhos postados aleatoriamente: www.youtube.com/bambozzi

Lucas Bambozzi é artista multimídia, documentarista e ocasionalmente faz pesquisas e curadorias em mídias digitais. Trabalha em vários meios e suportes tendo construído um corpo consistente de obras em video, filme, instalações site-specific, intervenções em mídia, videos musicais e projetos interativos. Seus trabalhos vem sendo frequentemente premiados e exibidos em festivais e mostras em mais de 40 países.

Um pequeno aperitivo para ficarmos degustando o sabor das horas a espera de Camila!









Silabas traçantes voando. Frases de efeito moral disparadas. Quem já errou que atire a primeira ofensa.

Nos blogs web afora, têm rolado uma série de criticas ao filme e à Clarah Averbuck, confundindo as duas coisas e falando mal sem inclusive terem visto o filme. No meio da disputa entre as duas Camilas irmãs, separadas pelo fosso da adaptação, caem os primeiros civis. Blogueiros atingidos após um debate. E o pior, por fogo amigo, de quem está cuspindo no prato que comeu e que ainda come, só que com outra louça.

Como uma boa ofensa não vem sozinha, logo aparecem os primeiros árduos defensores dos blogs, da liberdade e da igualdade. Uma simples briga de família começa a tomar maiores proporções.

A guerra entre a Camila da Clarah e a Camila do filme vai durar ainda por um bom tempo. É inevitável. O que podemos e devemos fazer é separar os seus autores! O filme não é o "Filme da Clarah", como escreve Cardoso no blog contraditorium.

Clarah é Clarah e "Nome Próprio" é "Nome Próprio". Não façam das palavras dela as nossas. Isso aqui não é o adioslounge!

A briga por qual é a melhor Camila ou por defender tal e qual estilo de escrita, não passa da mesma disputa. Uma disputa que não reconhece nem valoriza a diferença. Que prega o autoritarismo do melhor, daquele que se acha melhor. Uma disputa para soldados de chumbo. Soldados de uma guerra que poderiam ser de uma única e mesma brincadeira; uma brincadeira com a vida. Pois tanto a Camila da Clarah quanto a nossa, a escrita acadêmica quanto a escrita cotidiana do blog, tentam dar conta da mesma coisa: viver.

Voluntariosas e espertas, pela segunda vez, levamos um drible das máquinas e de seus bugs. É difícil assumir, mas estamos à mercê. Infelizmente por problemas técnicos não teremos hoje a performance de Alessandra Cestac!

Estamos trabalhando para na sexta-feira virar o jogo; dar a volta por cima e poder voltar a abrir as nossas janelas para ver Alessandra.

Desculpem e obrigado a todos que esperaram.

A paixão é uma faca de muitos gumes: move o mundo, promove mudanças e revoluções, é propulsora de impulsividades em geral, sejam elas viagens, cortes de cabelo ou crimes sangrentos. Ser passional é qualidade e defeito, é elogio e maldizer, tudo depende do ponto de vista do ouvinte e da entonação do dizente.

Porque paixão todo mundo tem - ou quase, que seja. Quase todo mundo experimenta a paixão, mas quase ninguém a vive no limite, a embute no cotidiano, a ponto de nem entender a vida sem ela. Gente pra quem o dia-a-dia é um disco arranhando de tanto repetir se não tiver paixão. Gente pra quem a paixão é o motor de tudo, seja pra trepar, pra trabalhar ou lavar o chão: nada passa batido, nada é ligeiro, tudo é intenso e manchado pela força da paixão.

Daí pode-se deduzir que quando essa gente se apaixona é de tremer o chão e incendiar as estrelas. Porque se a paixão pelas coisas em geral é fundamental, quando o alvo dela é gente é melhor sair de baixo, sair da frente, que tudo fica maravilhoso e incontrolável. Quem tem medo de intensidade não agüenta nem um mês. Quem gosta da coisa, e portanto é tão passional quanto o apaixonado em questão, devolve na mesma medida, e aí é crise na certa.

Paixão: haja sanidade pra encarar o furacão.

Clarah Averbuck foi capa da Revista do Globo desse domingo, numa matéria sobre a sua trajetória de escritora que estreou para o mundo no fanzine Cardoso Online, de lá seguiu pro blog brazileirapreta, e logo em seguida foi publicada em livro, adaptada pro teatro e agora pro cinema, com "Nome Próprio".

E como a moça é das palavras e é cheia de moral, ao invés de uma matéria com trechos de entrevista e citações, o texto é todo escrito por ela, em primeira pessoa como é a sua marca registrada, contando essa história do ponto de vista privilegiado de protagonista. Pra uma escritora que coloca tanto da vida na obra, e cujo alter-ego - mais uma Camilla, essa a Camilla da Clarah - muitas vezes se confunde aos olhos do leitor com a autora, é uma oportunidade ótima de entender como funciona essa mistura. Coisa que a Clarah já cansou de dizer lá no adioslounge, aliás, mas no jornal O Globo é a primeira vez.

Ainda no assunto da repercussão do filme, hoje no Globo Online tem uma entrevista com a Leandra comparando a Camila de Nome Próprio com a personagem dela na novela das 6. Leiam mais aqui.

Músicas de Camila