Um filme dirigido por Murilo Salles com Leandra Leal.
Baseado na obra de Clarah Averbuck.

Edição e Divulgação de Internet
Flávia Durante

Edição de Texto
Maria Resende e Léo Bittencourt

Webmaster
Leonardo Cabral


Teasers
Pedro Rossi e Gabriel Durán

Produção e Parceria
Big Bonsai
Deborah Osborne
Gilberto Topczewski
Felipe Briso

Direção Geral
Léo Bittencourt

Pra quem quiser linkar o nosso blog, taí o selo. Ele vai ficar assim na sua página:

Nome Próprio


Saiu hoje no jornal O Povo (CE) uma matéria muito interessante sobre criação colaborativa.

O filme também foi citado no SPFW, Pós-Pop, Revista de Cinema, Gafanhoto, Info News, Don't Touch My Moleskine, Triplo Sentido, Eu, ela, o cão e o affair redivivo, E aí, bonitão, Condussão, A discussão pela discussão, Urbanblog, Trash It Up.

Como a gente já disse aqui, esse não é um filme qualquer, e não vai ter um lançamento qualquer. Esse blog é a prova disso: a gente quer a troca, de verdade, e quer que todo mundo se mobilize com o filme e tenha espaço aqui pras suas questões.

Mas pra isso é preciso assitir ao filme, né? E é por isso que todo sábado, até o lançamento dia 18 de julho, vão rolar sessões exclusivas do filme pra convidados super especiais, entre eles os leitores aqui do blog!

Nesse sábado, dia 07 de junho, vai ser em São Paulo, e a senha pra conseguir um convite é dizer porque você quer assistir ao filme. Mas tem que convencer a gente, hein? Escreve aí seu texto e deixa lá nos comments com seu "nome próprio" e email, quem sabe você não é convidado? Capricha!

A partir de agora a gente vai começar a postar vídeos inéditos, misturando cenas do filme e cenas que não entraram na versão final, que vai pros cinemas dia 18 de julho. Sabia que o primeiro corte de Nome Próprio, antes mesmo dele ter esse nome, tinha mais que 4 horas? Imagina então quanta coisa legal acabou ficando de fora!

O primeiro vídeo tá aí embaixo, e é da série "As caras de Camila", que vai mostrar algumas das muitas facetas dessa mulher intensa que é a nossa protagonista. No # 1 se revela o que talvez seja a essência dela: a escrita, as palavras, o embalo frenético - tectectec - das teclas do computador mais próximo...


A gente vai disponibilizar aqui no blog os vários tratamentos que o roteiro teve até o filme ficar pronto. Aqui você baixa com exclusividade a primeira versão do roteiro, de Elena Soárez.

O processo de construção de um roteiro é longo, cheio de curvas, e muitas vezes personagens que eram fundamentais nas primeiras versões acabam virando quase figurantes e situações longas são resumidas em um ou dois diálogos. A passagem do papel pra tela guarda ainda mais surpresas: cenas que pareciam bobas descritas ganham peso com a presença poderosa dos atores, cenários contam em uma imagem o que se gastou páginas e páginas pra dizer, enfim, muita coisa pode mudar.

Então pra quem já assitiu ao filme, em festivais ou nas nossas sessões exclusivas, fica a pergunta: como ficou o filme em relação a esse primeiro roteiro?

Saiba +: Entrevista com Elena Soárez
Perfil no site Autores de Cinema
Roteiro de Cinema

É sempre curioso como nascem os filmes. Às vezes é uma história que acompanha o diretor desde a infância. Às vezes é alguém inusitado que inspira um roteiro. Algumas vezes o que acende a fagulha é um livro, outras é uma notícia de jornal. Nome Próprio foi uma mistura de coisas.

Tudo começou quando o Murilo leu num jornal uma matéria sobre blogs, que citava o da Clarah como um dos oito blogs pessoais mais visitados do mundo. O ponto de partida foi um jornal, então.

"Máquina de Pinball", é o primeiro livro da Clarah, publicado pela Editora Conrad. A Clarah mais o pessoal da editora foram super bacanas disponibilizando o “Máquina”na internet.

A editora Conrad está oferecendo o livro para download gratuito! Pra quem ainda não leu, pra quem emprestou o seu e nunca recuperou, pra quem pegou emprestado, devolveu e quer reler, enfim, essa é a chance! Aproveitem!

Taí o cartaz oficial do filme. Moderno? Instigante? Que que cês acharam?


Tem pra baixar em nosso Flickr!

Quer assistir a uma projeção exclusiva de "Nome Próprio" no sábado à noite, dia 17/05, em São Paulo?

Deixa seu nome completo e e-mail nos comentários desse post: as primeiras 20 pessoas vão ser convidadas pra sessão, com direito a um acompanhante. Corre!

Esse poema veio do Lince, artista plástico que assistiu ao filme no sábado. A gente quer muito ficar por dentro da repercussão que o filme tem em cada um que o assiste, então mandem pra gente as suas impressões pra nomeproprio.filme@gmail.com e quem sabe elas não acabam publicadas aqui?

"Ele tem andado por aí desatento e perdido, mais parece um morto-vivo.
De dia é Zumbi. De noite não tem hora para dormir.
Procura um discreto buraco para morrer.
Falo do buraco que habita todo ser.
E morrer, como sabemos, significa renascer.
Do palco foi expulso. Hoje sua atuaçăo acinzentará um luto.
A morte o namora. A pinga, putinha caprichosa, desgraçadamente o explora.
O Amor cansou de se submeter. A viver, o Samurai preferiu morrer.
Mas morrer, como sabemos, significa renascer.
Renascer nos braços das esquinas, nas páginas da vida, nos sorrisos das meninas.
Seja como for, ele sabe inexactamente aonde certa estória começa, e aonde um vago romance termina."

(Lince)

Finalmente "Nome Próprio" está chegando à telona. Não foi uma sessão de festival mas bem que parecia. Sala lotada! Tinha gente sentada no chão, nas escadas, e um puta clima no ar. Dava pra sentir o calor com que o filme foi recebido pelo público, e a nossa Camila despertou paixão, tensão, irritação e admiração. Ou tudo ao mesmo tempo.

Aqui no blog e no MySpace a gente vai dar notícias sobre as sessões especiais, com fotos e tudo mais! Então se ligue nas próximas, escreva pra gente, junte uns amigos e vá assistir ao filme!


Do roteiro ao lançamento de "Nome Próprio" foram quatro anos de gestação de uma equipe que ralou muito - muito trabalho e muita paixão. Isso está no filme, no cuidado de toda a equipe com cada detalhe, na entrega absoluta da Leandra ao personagem, no jeito que o Murilo dirige cada cena. Agora é só você sentar no cinema, se desligar do mundo e entrar no mundo da Camila, onde tudo é muito e tudo transborda...

Para vocês que receberam o e-mail de Ingrid Souza, convidando para a sessão exclusiva de Nome Próprio no dia 12/07 em S.P, basta escrever nos comentários deste post o seu nome artístico e e-mail que enviaremos o convite eletrônico.

Esse filme não é meu. É a primeira coisa que declaro quando algum desavisado vem me dizer que "quer ver meu filme". E é a primeira coisa que quero dizer aqui. Os livros, Máquina de Pinball e Vida de Gato, eles sim são meus. Neles eu mando, controlo tudo, invento o que quiser e deixo todo mundo pensando se aconteceu ou não - apesar de achar uma grande tolice esse negózdi ficar tentando descobrir o que foi e o que não foi. É arte, minha gente, é literatura, tudo se mistura na nova história que se cria quando o autor bota as idéias no papel. Quando eu boto as idéias no papel. Os outros autores eu não sei, jamais falaria por eles. Ou melhor, falo sim: tudo é baseado na vida. Não estritamente na vida, mas no fato de estarmos todos aqui e as coisas acontecerem em volta. Nos meus livros algumas passagens partem de um fato para desdobrarem-se em outros que nunca ocorreram, outras partem de fato algum para direto para a ficção e outros realmente aconteceram. Qual é qual não importa. A partir do momento em que está escrito, tudo e nada aconteceu. O que precisa acontecer é a leitura entregue.

Este filme não é meu. É uma livre adaptação da minha obra. Livre demais para o meu gosto em alguns momentos. Não vou dizer que não me incomodam meus textos remexidos por mãos que não as minhas, minhas frases deturpadas e outras de outrem parecendo que saíram de mim. Sim, porque outras pessoas escreveram vários dos textos do filme. Muitas pessoas. Esse filme é uma obra coletiva baseada na minha, que é só minha. A minha Camila Chirivino virou Camila Lopes - escolha do diretor. Pouco sobrou das situações do texto original - escolha do diretor. Tudo é escolha do diretor, ele sim, dono, ditador e soberano do filme. Minha participação no processo foi mínima, eu era proibida de entrar no set - nem sei onde ficam as locações -, mexi em um tratamento do roteiro que foi mexido mais dez vezes por mil pessoas e, ironicamente, meu agente infiltrado lá era a própria Leandra Leal. Ela levava lá para a zona proibida meus livros, minhas roupas, pôsteres da minha casa e até os meus olhos. Ela deu a vida à Camila Lopes. Não poderia ser mais ninguém; Leandra arrebenta na atuação. Aquele coração de furacão nas costas dela não é à toa.

Esse filme não é meu, mas é claro que eu estou lá. E a minha Camila também, junto com outras pessoas, outras Camilas, tantas Camilas que existem por aí, junto com a direção de arte, com a trilha, com a fotografia. Este filme se chama "Nome Próprio" e tem sua vida própria, que não é minha, nem do diretor, nem de ninguém. É dele. E eu espero que vocês gostem.

Clarah Averbuck

Tudo começa quando queremos fazer um filme novo. procuramos uma história.

Eu começo sempre com uma questão. Sempre que estou procurando o que filmar uma questão se impõe para mim: fico procurando um tema para desdizer o destino terceiro mundista que nos é legado pelo 'pensamento' colonizador do primeiro mundo.

Dizem que o nosso lugar é o da Barbárie. O que o colonizador/curador quer de nossos filmes? Que correspondam ao 'desejo' deles. Que afirmem a barbárie.

Quero escapar desse lugar. Quero me revelar branco, preto, índio, brasileiro que sente angústia, preguiça e muito desejo de fazer as coisas do nosso jeito. E de não precisar de ninguém para avalizar isso de fora.

Descobri o livro "Máquina de Pinball", de Clarah Averbuck, lendo uma matéria da Córa Ronai sobre escritores que migravam da Internet.

Achei então que a internet pudesse ser o meu tema, pois é um espaço que Brasileiros estão conquistando, fruto de uma nova individualidade que brota nos poros das grandes cidades. Sem complexo de nascença, sem problema de afirmação da origem, sem a culpa branca da origem, sem o pecado do lado de baixo do equador.

Uma geração que simplesmente procura seu espaço identitário fora do complexo de vira-lata e da barbárie.

Foi por isso escolhi "Maquina de Pinball". Achei que tinha encontrado um tema! Mas, o livro, desafiador, me colocava um problema: precisava me encontrar ali dentro. Seu conteúdo tinha que fazer sentido para mim. Me debatia como a bola de pinball com essa dificuldade. A internet me empurrou para dentro da Máquina, mas não me identificava com seu conteúdo. Impossível. Ainda não estava preparado para estar ali. Nada fazia sentido.

Pedi a Elena Soarez que me ajudasse a descobrir o que existia no livro que me intrigava. Quando li o primeiro roteiro, percebi o que "Máquina de Pinball" me mostrava. Consegui enxergar Camila dizendo: me olhe, me veja, me sinta. Como no clássico do The Who. Uma MULHER.

Elena me fez perceber a narrativa possível. E, então, as coisas foram ganhando sentido. Primeiro mergulhei ali dentro, me perdendo. Depois, para sobreviver, fui fazendo aquilo se tornar uma história, primeiro irreal, porque surreal, depois necessária. Uma raiva que virou tesão. Que tinha encontrado uma possibilidade de fuga, mas que ainda precisava de esfregação para se tornar uma história de verdade.

Foi muita esfregação. Aprendi a me esfregar com Clarisses, com Hildas, com Cristinas, com Margaridas, com Espancas, com D'Avilas, com muitas mulheres - intensas mulheres que nos fazem temê-las por tanta intensidade, pois o campo 'estável' do masculino é prá fora. Homem não sabe muito bem o que é interioridade, melhor dito: ele teme a interioridade. Homem que é homem só encontra redenção na Vitória, conquistando, fodendo com outros homens, possuindo mulheres. Pobre coitado dos homens.

Descobri que o tema da história que procurava era o feminino em sua complexidade, seu transbordamento. Para tal tarefa, com muito esforço e concentração, me tornei a melhor Camila. Eu sou a melhor Camila. Tinha que estar no filme, só assim viraria uma história real, ia ganhar sentido, identidade.

"Uma História Real" - foi com esse título que filmamos.

Construindo narrativas, encontramos transcendência, podemos criar um espaço de redenção, de sonho, de realização.

Sim, acabei ao final de tudo, com todas as dolorosas esfregações me tornando algo que não sou, encontrando o meu desconhecido, meu heterônimo: Camila Lopes.

Mas, filme pronto, tudo isso passou a me inquietar. O nome do filme me trazia um desconforto ético, porque também não era uma história real, era só uma ficção.

Descobri ao final de tudo que estava procurando um Nome Próprio.

Murilo Salles

Hoje começa o lançamento de “Nome Próprio”.

Nome Próprio conta a história de Camila, uma jovem mulher que dedica a vida à sua paixão: escrever. Para ela, o que interessa é construir sua trajetória como um ato de afirmação. Sua vida é sua narrativa. Construir uma narrativa digna o suficiente para que escreva sobre ela.

“Nome Próprio” é um filme-performance. Um solo pra Leandra Leal, uma atriz que decidiu interpretar Camila Lopes oferecendo seu corpo e sua alma.

O filme é uma livre adaptação dos livros “Máquina de Pinball” e “Vida de Gato”, de Clarah Averbuck, além de textos escritos direto na internet.

Tudo nesse filme é próprio. Foi assim o processo do roteiro, o dia-a-dia das filmagens, a minúcia da montagem, e vai ser assim o lançamento. Por isso a gente quer convidar você pra participar desse processo aqui no blog. Um blog, não um site, pra gente poder trocar, bater papo, levantar questões, tudo vivo, ativo, quente.

Vai ser assim: aqui no blog você vai poder ver trechos exclusivos do filme, ler textos escritos especialmente pra cá pelas pessoas ligadas à produção, saber em primeira mão das novidades, se cadastrar pra assistir a sessões do filme e até fazer a sua própria versão do trailer!

O que a gente quer é, com a participação de vocês, lançar esse filme como ele merece: com carinho e muita novidade!

Músicas de Camila