Um filme dirigido por Murilo Salles com Leandra Leal.
Baseado na obra de Clarah Averbuck.

Tatuagem nunca precisou de explicação, mas tem quem tente. Talvez porque seja mesmo um mistério essa coisa de marcar o corpo por vontade própria, essas cicatrizes coloridas e belas, virar vaca com o nome do dono marcado a ferro quente. O dono pode ser uma imagem, uma palavra, um nome. "Tatiana". Um coração fundido em coração. "Paz". E podem ser muitos donos, os donos de cada momento, pra sempre impressos na pele. "made in brazil", flores variadas, "Felipe", uma Betty Boop, símbolos chineses, "Amor".

Às vezes elas servem pra marcar fases, e se multiplicam como estampa. Outras vezes uma só basta, e reina absoluta. Algumas são feitas pra serem vistas, outras vivem escondidas, secretas. Tem quem morra de vontade e não tenha coragem. Tem quem nem pense nisso, tem quem só pense nisso. Tem de tudo no mundo, afinal. Até tatuagem que rende foto, capa de livro e poema.




















Conceitos, palavras.
Que tem a pele com isso?
Certezas podem ser carne sem ser tinta.
Podiam.

Carrego a palavra nas costas
além de no fundo do peito e na ponta da língua.

Base das minhas asas invisíveis,
soco na boca do estômago,
filho de 7 letras de 20 minutos de gestação.

Um dia crianças vão deitar sobre o meu corpo pra aprender a soletrar.

Talvez quando essa perenidade me tomar por inteiro
passe essa surpresa, esse medo,
talvez o que hoje é susto vire orgulho do percurso,
e a palavra, embora brasa, cesse de queimar.

Maria Rezende

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