Tenho trabalhado com o Murilo há alguns anos, fomos parceiros antes em Seja o que Deus Quiser e em És Tu Brasil / Alexandre Herchcovitch.
Tive desde o inicio deste projeto, muita proximidade com todo o processo e quando Nome Próprio me foi apresentado ainda se chamava Uma Menina Má, que depois se transformou em Máquina de Pinball, Vida de Gato, sendo ainda Uma História Real antes de ser lançado como Nome Próprio.
Devo dizer que o que me motivou inicialmente, visto que não sou um profissional de direção de arte apenas ligado ao cinema, foi a oportunidade de dar continuidade aos trabalhos que faço com o Murilo. Vi também a possibilidade de estar em uma produção, de baixo orçamento, cujos contornos julguei muito interessantes.
Meu ponto de vista é que, como todos sabemos, cinema é um oficio muito caro e que na grande maioria das vezes envolve dinheiro ou parceria com setores públicos, portanto estar em uma produção de qualidade que se configurava com moldes de produção de baixo custo era uma experiência muito construtiva.
O que realmente me interessa é produzir, com valores de baixo orçamento, um produto cultural de qualidade.
Acho mesmo que propostas como esta são fundamentais em um país rico, mas cheio de desigualdades.
Gosto de imaginar que estamos viabilizando um discurso potente que pode fazer alguma diferença no processo de massificação.
Um país que não pluraliza seus setores de cultura, que não dá voz a projetos individuais, corre o risco de se tornar monocórdio e desinteressante, o que mais tarde pode fazer com que todo o setor fique desqualificado.
Pode fazer com que setores de áudiovisual não respondam aos anseios de um país diverso como o nosso, deixando para nós a qualidade de irrelevantes.
Como não acho que apenas o poder público pode arcar com tal potencia, um filme produzido com baixo orçamento, alta qualidade e tecnologia específica, tem grande importância em toda esta equação de cultura.
Enfim entrei neste projeto muito pelo o que ele pode me ensinar em termos de produção, para dar vazão a produtos de qualidade, com estéticas e potências específicas, em uma tentativa de criar diversidade e tornar mais interessante o discurso áudio visual como um todo.
(Pedro Paulo Basílio de Souza
Diretor de arte de Nome Próprio)
7 comentários:
Gostaria de saber se Nome Próprio alcançou a cota mínima de bilheteria. Sou escritor e jornalista e fiz campanha do filme (que gostei muito) aqui em Brasília.
Um abraço
Oi PP, adorei o depoimento. Por que mais que um trabalho fazemos sempre uma profissão de fé. Como tinha assistido o filme na Mostra, republiquei meu comentário no blog, e juntei o seu tudo num só. Agora já tem este link tb. Beijos enormes
valew oliveros
qualidade, por favor!
estou com você.
VS.
Luiz, alô COMPANHEIRO!
Então, fizemos a cota mínima em Brasília! Tivemos problemas em Campinas, em Santos, Natal e Belém, mas pequenos problemas. Vamos continuar em todas essas praças mas já nos horários especiais. No Rio e São Paulo estamos bem também.
Isso tudo graças a pessoas especiais como você, que gostam de Filmes, de Cinema, de Arte, de pessoalidade, de afetar e ser afetado.
VALEU Luiz!
É isso ai Pedro. Ainda não pude assistir ao filme, mas neste fim-de-semana eu resolvo isso. Ai posso fazer um "comentário" mais pertinente. Mas o fato de fazer cinema, produzir, já é algo que merece todo o aplauso. Eu os aplaudo. Um beijo a você e a todos que participaram.
P, parabéns...arte com pouco dinheiro. Sei que o cinema brasileiro merece vocês.
Sandra Mara
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