Um filme dirigido por Murilo Salles com Leandra Leal.
Baseado na obra de Clarah Averbuck.

Pedro Paulo de Souza, nosso querido diretor de arte, revirou seu baú virtual de arquivos e fotos e encontrou uma preciosidade. Uma antiga imagem trabalhada para o filme. Um teste de como seriam usados visualmente os textos de Camila, de como as paredes e o chão iriam acolher seus pensamentos e angústias.

Pode até parecer, mas não é! A densidade é a mesma, as questões são similares, mas o estilo é distinto. Nessa parede não está Camila, e sim Pedro. Essas linhas contém não apenas o início da pesquisa estética de Pedro Paulo, mas a sua sensibilidade ao filme.


“sertão, sertão, sertão
estar diante do vasto, do que pode
ser gigante.
estar diante do que é fora sem ser
vácuo, void, vazio.
olhar para fora e reconhecer lugar
nenhum.
estar diante, estar de frente, estar
de fato.
ser, estar transitório.
ser estar contínuo.
ser tão. Como ser tão?
qual o limite de nossas
considerações?
como nos dar a medida dos
tamanhos que não cabem na
experiência do nosso corpo?
sertão interno que nos põe diante da
nossa pequenez.
doce canção de Marlene nos fazendo
supor um lugar que é home.
lugar de acolhimento, de nos trazer de volta, porto feliz.
lugar de lançamentos.”

7 comentários:

Ryane Siqueira disse...

' ser, estar transitório.
ser estar contínuo.
ser tão. Como ser tão? '

Finalmente assisti ao filme, duas vezes, inclusive. Escrevi sobre ele lá no meu blog, gostaria muito que lessem! Foi de alma pra alma.

pedro paulo disse...

Ryane adorei seu texto, lindo intenso, claro e sobre tudo muito pessoal, como vc mesmo escreveu "...demorou pra conseguir dividir algo que eu considerava tão intenso em mim..."
pois é demorou, mas pelo que li, foi o tempo que voce precisou, pois suas palavras estão todas lá, te representando e iluminando as mentes de quem as pega pra ler...beijos
PP

@sobrecomum disse...

Não sei como, mas todas as situações vividas por camila na ordem em que ocorreram também sção minhas. Eu vivi aquela vida. Como pode antes de morrer alguém sentar em frente de uma tela e ver sua vida passar diante dela. Fiquei tão impressionado com o filme que precisei escrever no meu blog.
www.abreviatura.blogspot.com veja o histórico e saiba como aconteceu de verdade.

Filhas da Pagu disse...

Lindo texto, tão Camila, tão humano, tão eu.
Assisti, enfim, ao filme. Como prometi, volto para comentar. Achei de uma intensidade absurda e de uma realidade que choca. Em muitas cenas me vi, tomei uma tapa.
Além disso, achei divertidíssimo, Camila é uma figura dramática e engraçada. Muito.
Parabéns a todos. Pelo texto, livro, filme, arte, tudo.
Bjs
Karol Felicio

Anônimo disse...

Esse espaço aqui é muito legal!
Quero aproveitar para parabenizar o Pedro Paulo, que fez um trabalho lindo.
Cada palavra escrita na tela era de uma beleza surpreendente, não apenas no significado, mas também na forma gráfica em que se apresentavam. Tudo sobrava e transbordava com poesia do pc ou dos pensamentos de Camila para a tela do cinema.
Sou muito grata à equipe pela viagem deste filme! Bjo enorme!

David Cejkinski disse...

pedro paulo, que supresa mais feliz!
lindas palavras, de ler e reler.
abraços forte
david

sensação de violeta disse...

Acho que somos um pouco personagem de nós mesmos, experimentando direções, sensações, eclosões...
Experimentando ser.
adorei.
estou correndo pra ver o filme.
bjs.

Músicas de Camila